terça-feira, junho 29, 2010

Era uma vez um dia em três (anos luz da melhor época do mundo)

Lehgau-Z Qarvalho


E as lamúrias recomeçam em ciclos cada vez mais esparsos. E as belezas aparecem ao longe; e há um cansaço. Um cansaço por conta de uma busca que não sabe o que quer, para onde ir, onde ficar, onde deitar, o que buscar. E há uma vida estrangeira em algum lugar; da vida; ligeira. E há um cansaço. Cíclico. Bem no meio do caminho algo caiu das mãos; teria espatifado no chão; ou não. Teria escorregado para depois. O telefone toca, tocaria, tocou... Não, é claro que não. Senão tudo não seria senão. Vou da sala para o porão, do palco para a platéia e depois ganho a rua; de presente; recebo; o passado. Meio que andando de lado. Meio discreto, meio amarrotado. Eu disse amarrotado?! Não, não: quis dizer abarrotado. Um dia de fúria para os gauleses; um D2 para as minhas preces. Eu disse preces?! Não, não: pressas eu quis dizer. Sem ter o que pensar nem o que fazer. Um jeito de ser, estar, compreender. Ela não existe e se existe só existe para ela; ser; para mim, algo há; dever. Eu disse dever?! É, deve ser. E o dia vai se enrolando com sol; lençol; roupa para o banho; de sol. Mas o frio é que vem de dentro; para fora; e se volta contra um corpo; o meu; alguém me chama, em chama; morto feito vivo que desviveu. Dá outra vida, penso eu. Doei uma não doença para acreditar na crença; que cresceu. E foi de encontro a um outro eu. Doei; doeu. Tenho fome, agora. Amanhã seremos só; ela e alguém; parecido com um desaparecido; chamado “o meu nome”; o mesmo nome teu. Ah, teu! Diria que seria se não fosse de fato um momento, um ato. Estou ficando chato?! Não, não é a intenção. Lembro dela com perfeição. Ela que agora é a minha; mão; teclando, teclando, teclando; tentando não ser/ceder obsessão. Quando penso que estou livre me recai a maldição. Ela sorrindo; eu com vontade de ser feliz; um bocado só; queria que ela estivesse aqui. Saudade é uma palavra e(x)s(en)tranha. Tá canha?! Ouço de mim. Sim; tá; frio; me repito para ela ouvir. Mas ela se nega a ser triste; se em triste ser; transformar. Só quer continuar feliz. E a raiva toma conta de mim; e faz ela viver...

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