Lehgau-Z Qarvalho
E assim, subalterno de mim eu me tornava; a cada dia que passava. E assim, assombrado em mim, eu te procurava; em cada olhar, em cada andar, em cada alma que eu beijava. E eu nada pedia. Eu Nova York, eu Praga, eu Cidade Baixa, eu Bahia. Eu Paris, café; eu chegando perto do que eu sempre quis. Eu Tibet, eu Muralha da China; eu Jaguar, eu patrola, eu Corcel, eu Belina. Pulava descalço, pisava em falso, mentia que, sim, tu nem existias. Voltava pra rua, ficava doente, seguia em frente, comia tu crua. E eu no teu tu, e tu no meu eu, a minha na tua. E a chuva não vinha. E eu já molhado, descendo de lado, em mim enroscado. E tu não sei onde, passeio de bonde, do tipo infinito. E eu meia-noite, uma da manhã, vestido de lã, tossindo e fungando, sonhando um grito. Tu: passando de bela, rainha janela, dependurada no pincel, fingindo ser dona da bola e do apito. E eu sabendo de ti quase um mito.
Desaba o céu em rito.
E tu não querendo ser minha bala de guaco com mel; e eu tão teu pirulito.
quarta-feira, agosto 13, 2008
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5 comentários:
Poesia, poesia, poesia...tão agridoce, tão enrolado em papel de bala ou num cahecol...
"E a chuva não vinha. E eu já molhado, descendo de lado,em mim enroscado. E tu não sei onde, passeio de bonde, do tipo infinito."
Belíssimo.
"E tu não querendo ser minha bala de guaco com mel; e eu tão teu pirulito."
Ai meeeu Deus, Ai meeeeu Deeeus, Ai meeeeuuu Deeeeeuussss, AI-MEEEEEEUUUUU-DEEEEEEUUUSSSS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
c'est la vie.
e só a 'proesia' consegue dar conta.
maravilhoso!
Uau !!!
Que se passa, que se prosa,
Que desaba, que rosa.
U-au !!!
Você é ótimo!
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