terça-feira, janeiro 29, 2008

O Pêndulo de Foucault, em outras histórias

Lehgau-Z Qarvalho


Ao vê-la ali; por fora; pensou em despertá-la; pôr dentro. Depois desistiu; pôr fora. Depois resolveu; pôr dentro. Depois desistiu outra vez; por fora. Depois pensou em ir embora. Embora ir, significasse para sempre. Embora sempre, significasse não ir. Embora, embora, significasse não decidir.

Sentia-se cansado de gotejar. Sem disposição. Sentia-se se esvaindo entre o mesmo e o não. Queria derramar-se. E, mais ainda, derramá-la. Já o tinha feito; pára dentro... Não sabia se ainda podia; pôr fora; contê-la; por dentro. E não sabia o quanto conseguiria derramá-la. Para fora! Tudo isso agora. Em pleno epicentro. Para fora; e para dentro.

Queria desistir; queria continuar. Queria parar de se embriagar. E queria aquele porre eterno. Que cana seria aquela?! Seria cana dura?! Ou seria cana brava?! Seria essa cana?! Que cana seria essa?!

Por fora; por dentro; para fora; pára dentro! Pôr fora? Por dentro?! Pára fora; olha; para dentro; remexe; por fora; desprende; por dentro: o tempo se ia, se vai; ora rápido, ora lento. A mente mede os fatos: dia cria; dia vento. E o que fora alegria; outrora lamento; segue um caminho de nadas, para evitar sofrimento.

Nenhum comentário: